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Céu Saruga
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« Responder #28 em: 17/08/2017, 00:21:11 » |
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Clube Deauville Portugal
Portugal de Lado a Lado EN 222 Gaia – Foz Côa
O ponto de encontro foi no cais de Gaia. O cenário era lindíssimo, com a cidade do Porto ainda meio ensonada a abraçar-nos através das suas pontes majestosas. O casal Júlio e Cristina madrugaram porque queriam ser os primeiros e receberem de braços abertos e sorrisos rasgados todos que para ali convergiam. A comitiva de Foz Côa veio receber-nos, ou não fossem eles mestres na arte de bem receber! Em pouco tempo, o cais começou a ter movimento! As motos, uma a uma, começaram o desfile procurando o melhor lugar. O Rui de Viana veio dar aquele abraço especial, e que nos traz sempre algo doce e saboroso numa caixinha mágica. Ali não podia faltar nada! Os fotógrafos movimentavam-se na esperança de captar o melhor momento para recordar. As máquinas, amarela e cor-de-rosa, estavam preparadas. Parabéns máquinas! Que linda foto de família! Parece que cada vez estamos mais bonitos! A cidade do Porto também contribuiu para tão grande beleza.
Portugal de Lado a Lado pela EN 222, estava preparado para o sinal de partida. As motos começaram a sentir o peso dos seus ocupantes e a suavidade de quem as conduzia. O Alfredo Antão encabeçava o desfile. O empedrado, numa subida a pique, era o prelúdio das curvas e contracurvas que iríamos percorrer. A paisagem urbana cedeu lugar a encostas e vales verdejantes. O sol aquecia. Contudo, as encostas bem nos brindavam com as suas sombras refrescantes. Os vales e o rio ficavam sempre do lado do nosso coração e da atenção do nosso olhar. As curvas da EN 222 passaram a ser tocadas, suavemente, como numa carícia constante, pelas motos que irradiavam música e gesticulação daçante por todos os lados! As curvas não serpenteavam apenas o rio, mas também a silhueta das encostas, permitindo que, por vezes, o rio nos oferecesse uma piscalela de olho. Havia persistência na beleza e na irreverência de um rio que insistia em curvar-se e impôr-se perante nós. A cidade da Régua já ficara pra trás quando o Douro, no seu leito soberbo, espraiava-se para nos receber em Folgosa do Douro. Do restaurante, usufruíamos duma paisagem do rio, como se num cruzeiro estivessemos. Cruzeiros e comboio, também, quiseram exibir-se perante as nossas motos, mas aproveitámos para nos refrescarmos e comer.
A segunda fase do nosso passeio moto-turístico estava a iniciar-se. A Região do Douro Vinhateiro do Alto Douro, Património da Humanidade, reconhecida pala Unesco, abria-nos as portas, fazendo questão de nos acompanhar ao longo de vários Kms. Não vos sei descrever tanta beleza! Que trabalho, arte, engenho e sabedoria humana, ali, foram investidos. Se estás a ler este texto e não integraste este passeio, só te posso convidar a passares por esta região. Senti-me orgulhosa de ser do país maravilhoso que temos. As encostas estão crivadas de sucalcos ornamentados com vinhas verdejantes pintadas com cachos de uvas pretas e ou amarelinhas. Nem uma erva daninha ousava ali coabitar. Ali não havia mata, não havia floresta desordenada, não havia maldade humana, não havia fogo, apenas uma paisagem sábia que se replicava em cada colina ou vale, onde se detinha o nosso olhar.
Foz Côa estava já à vista. Após uma longa descida em curvas, lá estava a vila a enfeitar o planalto. Uma vez que a nossa viagem se tinha iniciado em Gaia, frente às Caves de A. Ramos Pinto, foi de nosso agrado, visitar e degustar o delicioso e refrescante vinho nas adegas que o produzem. Posteriormente, na nossa chegada ao Km 222,9 em Almendra, tivemos o privilégio de observarmos a magnífica paisagem das vinhas, cujas castas produzem estes saborosos líquidos que Baco nos brindou. O jantar foi rececionado por dois brilhantes e afamados concertionistas. Estavam ali, acabadinhos de chegar dos festivais de verão, só para tocarem para nós! Foi um concerto ímpar! Obrigada pela música. As t-shirts estavam à nossa espera. Desta vez foi o Alfredo, em nome de todo o grupo fozcoense, que com satisfação as distribuía. O Francisco e o Rafael estavam sorridentes, viam que ali nada faltava. O jantar decorreu muito bem e realizou-se o sorteio habitual das prendas. Desta vez foi sorteado um ferro de engomar. Acho que o Rafael continua a querer ver-nos bem bonitas, passadinhas a ferro! No domingo, visitámos o Museu da Amêndoa – Villarrica. O licôr e a tarte de amêndoa complementaram-se com sucesso. Com este apiritivo principesco, encaminhámo-nos para o Museu do Côa, obra arquitetónica grandiosa a nível de grandes projetos internacionais. O espaço alberga réplicas e história das gravuras rupestres encontradas no Vale Sagrado do Côa, e deixa-nos a ideia e a vontade de ver os originais, que os nossos passados ancestrais do paleolítioco e neolítico nos legaram como património da Unesco. Sentimo-nos pequeninos perante a grandiosidade imensurável desta riqueza, que não é só dos fozcoenses, dos deuvillistas, dos portugueses, mas de toda a humanidade! O nosso almoço decorreu no restaurante do museu e foi enriquecido com a presença dos Senhores Presidente e Vereador da Câmara, o que muito contribuíu para o prestígio do nosso Clube. Obrigada pelas palavras proferidas e pelo convite para voltarmos. Voltaremos porque a família cresce e teremos um prazer enorme no nosso reencontro! Mais uma vez, substantivamos, a todos os fozcoenses, e entidades, os nossos agradecimentos pela forma generosa, amiga e familiar como nos receberam. Os nossos agradecimentos estendem-se também a todos que contribuíram pela nossa segurança na estrada. O Alfredo no comando, ou não fosse ele perito na segurança rodoviária; o Rafael na cauda, queria ter a certza que todos chegariam bem; o Francisco em todo o lado, queria ter a certeza de que íamos em zzzzzz de lado a lado e finalmente o Miguel presente em todos entroncamentos, cruzamentos e rotundas, queria estar sempre no ponto certo, com paciência sábia, um sorriso e compreensão. OBRIGADA.
Duas jovens, dois aniversários! Parabéns a vocês e a todos os aniversariantes deste Clube que fizeram anos neste mês. O almoço terminou, com a felicidade estampada no rosto de todos os participantes e com as palavras sempre amigas do Francisco e do Rafael, com as entregas de certificados e a emoção de todos, principalmente de quem está a escrever estas palavras que são para ti! É a emoção que nos une e nos torna Deauvillistas. Vamos até onde a amizade nos levar! Mais do que amigos já somos uma família.
A amizade está em construção e a família em formação! A amizade quer-se sem cores, barreiras ou limites. A família está sempre em formação porque estamos sempre à espera de ti!
Céu Saruga 12-13/08/2017
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