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Céu Saruga
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« Responder #29 em: 17/07/2017, 15:42:24 » |
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A amizade levou-nos até Pedrógão!
Todos juntos em Pedrógão! O sentimento solidário era comum. Todos queriam deixar o seu abraço solidário áquela gente que, há um mês atrás, se viu rodeada de uma fogueira dantesca sem precedentes.
As motas foram chegando ao ponto de encontro. As saudades foram-se dissipando entre abraços e beijos. É sempre um belo momento o do reencontro e após a constatação de que todos tinham chegado bem! Em alinhamento, fizemo-nos à estrada em direção a Pedrógão. Perante a transição repentina de uma paisagem verdejante para uma desbotada e sem vida, as motas quase se silenciaram, abrandando a marcha. Parece que, perante a estupefação, queriam demonstrar o seu respeito e perceber a dor que por ali tinha varrido. Tudo quanto se avistava (Kms e Kms de distância) estava enlutado. As árvores já não eram árvores mas esqueletos encurvados como se tivessem morrido a pedir clemência ou a implorarem aos homens para que não as abandonassem. Não estavam verdes nem castanhas, mas pretas. O chão estava preto. Tudo estava preto com exceção do céu que permanecia azul e intocável. O sol estava sorridente, porque agora os seus raios podiam tocar livremente o solo sem impedimentos contraditórios da natureza. Aqui e ali, viam-se casas sobreviventes a emergirem de entre o nada, das cinzas e das árvores que já nem sombra dão para refrescarem o calor desumano que ainda se fazia sentir. Era impressionante aquele manto preto que vestia todos aqueles montes numa dimensão desmesurável à nossa vista! Perante este cenário desolador, o ser humano vacilou e não conseguiu impedir que uma, duas lágrimas escorregassem do canto do olho sob a viseira que o escondia.
Sem palavras, chocados, chegámos ao local de destino – o Quartel dos Bombeiros, onde eramos aguardados. Aqui, cerca de 58 participantes, tivemos o nosso almoço solidário. A Direção do Clube Deauville tinha promovido a angariação de fundos para entregarmos, nesse dia, aos Bombeiros daquela povoação. Somos um Clube com um coração enorme e um espírito muito solidário. Gostamos de motas, mas adoramos as pessoas! Cada um contribuiu com o que pôde, e do pouco fez-se muito e foi muito grandioso o gesto, o carinho e o amor com que o Rafael anunciou o montande angariado, cujo cheque foi entregue ao jovem comandante dos Bombeiros da organização. Houve alguns discursos e até sugestões para lá voltarmos oportunamente. Entre outros representantes locais, destacamos o Sr. Comandante dos Bombeiros que, também, estava emocionado, grato e contente com a nossa presença. O Rafael e o Pacheco bem exteriorizaram o que cada um de nós sentia pelo privilégio de ali estarmos por um bem comum. Queremos agradecer a todos que nos receberam, sem esquecer as senhoras que nos serviram e prepararam o almoço. Foram afáveis, e de uma simpatia inescedível. Para todos o nosso abraço.
Chegou a hora da despedida, havia que iniciá-la, pois, esta, ainda, iria ser mais demorada, porque havia duas lindas motas novas a apresentar, apreciar e elogiar! Parabéns ao Júlio e Cristina; e ao Paulo e Isabel! Tratem bem as vossas meninas. Elas, tal como vocês, são lindas e queremos que elas nos acompanhem sempre até onde a amizade nos levar!
Céu Saruga
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